Pós-graduação
Quarta, 2 de julho de 2008, 15h15 Atualizada às 15h39
Cursar outra faculdade substitui a pós-graduação?
Quem está em busca de formação muitas vezes depara-se com um dilema: fazer pós-graduação ou começar uma nova faculdade? Para profissionais experientes no mercado, não há como decretar se uma das opções será mais valorizada do que a outra. Tudo depende do objetivo do candidato: adquirir conhecimentos mais gerais ou aprofundar informações em uma área específica.
» Escolha da instituição é fundamental» MBA ou mestrado profissional? » Vale a pena fazer pós a distância?» Opine: outra faculdade ou pós-graduação?
A gerente de Recursos Humanos da rede de fast food Giraffas, Maria do Socorro de Sá Barreto, explica que a escolha vai depender do perfil do cargo e do setor em que o colaborador atua. Ela cita como exemplo o varejo de fast food: se a pessoa busca colocação na área de logística, uma especialização é mais do que bem-vinda. Já se o setor for de desenvolvimento de pessoal, uma segunda graduação pode ser mais interessante. "Não há uma receita, o que vai definir é o tipo de experiência que a pessoa vai precisar para atuar em determinada área", afirma.
O gerente de comunicação do grupo Soma, Paulo Ishimaru, concorda. Para ele, em alguns casos uma segunda graduação é mais interessante, principalmente quando a empresa busca um profissional generalista. "É importante nesses casos o profissional criar um vínculo entre os cursos, tornando-os uma unidade de conhecimento abrangente e lógica."
Foi o que fez Guilherme Azevedo da Silva, que trabalha na empresa de auditoria e consultoria Deloitte. Formado em administração de empresas na PUCRS em 2006, ele começou a fazer um MBA em 2007, mas viu que seu interesse era pela área de auditoria. Para isso, era necessário o curso de Ciências Contábeis. Guilherme não pensou duas vezes: deixou o MBA e reingressou na nova faculdade este ano. Animado com a mudança, ele encara o novo curso como um complemento da Administração de Empresas. Entre as vantagens, o futuro auditor destaca o aproveitamento dos conteúdos, o que deve fazer com que o curso, que dura normalmente quatro anos, seja concluído em apenas dois.
Já o candidato com uma pós pode ser beneficiado quando a vaga exige competências específicas. Por exemplo: quando uma empresa petrolífera busca um químico, muito provavelmente vai buscar um profissional com uma pós na área específica da vaga oferecida. Ou seja, uma pós ou uma segunda graduação sempre serão diferenciais num processo seletivo.
É importante ressaltar que aumentou o número de candidatos com pós ou duas graduações concorrendo a vagas no mercado. Mas é preciso estar atento para que os conhecimentos sejam adquiridos de forma que atendam as demandas de mercado, sem esquecer das realizações pessoais de cada um. "Hoje empresas e profissionais de RH vão buscar muito mais que currículos enfeitados, ou seja, o jargão 'enfeitar o pavão' cada dia está mais obsoleto. O melhor é, antes de tudo, planejar a carreira e os investimentos em conhecimento", ensina Ishimaru.
Na rede Giraffas, os candidatos com maior carga horária de estudos são valorizados. Maria do Socorro observa que, desde março deste ano, muitos candidatos com duas faculdades buscaram vaga na rede. Antes disso, predominavam os currículos com pós-graduação. "Percebemos que as pessoas estão tentando se adequar ao mercado e muitos candidatos com mais de 35 anos têm duas faculdades ou estão fazendo a segunda", diz.
Nunca é tarde para adquirimos conhecimento, afirma Ishimaru. A pessoa na faixa de quarenta anos pode perfeitamente escolher qualquer uma das opções. Porém, nesses casos, é necessário um pouco mais de cuidado. A definição da pós ou da graduação deve ser pautada em necessidades reais e satisfatórias à pessoa e à empresa, explica o gerente do grupo Soma. "Apesar de não existir idade para conquistas, a objetividade em projetos quando avançamos na idade pode reduzir frustrações futuras."

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