Pré-eclâmpsia mata ao menos duas gestantes por dia no Brasil Da Redação

Pré-eclâmpsia mata ao menos duas gestantes por dia no Brasil
Da Redação

* O diagnóstico precoce da pré-eclâmpsia é fundamental para evitar complicações

O diagnóstico precoce da pré-eclâmpsia é fundamental para evitar complicações

* NYT: Problema na gravidez pode servir de alerta para doenças cardíacas
* Dobra número de mortes de bebês afetados por doenças maternas
* Butantan desenvolve remédio para doença de gestantes
* Hipertensão na gravidez deixa mulheres mais vulneráveis a complicações futuras
* Cientistas desenvolvem teste que pode levar ao diagnóstico precoce da pré-eclâmpsia

Poucos casais que planejam ter filhos já ouviram falar em pré-eclâmpsia. Mas a doença, que acomete 5% das gestações em todo o mundo, é a principal causa de mortalidade materna no Brasil – ao menos duas mulheres morrem a cada dia por causa do problema, segundo o professor do departamento de obstetrícia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Nelson Sass. O médico preside o 1º Simpósio Internacional de Pré-Eclâmpsia, realizado neste fim de semana em São Paulo.

“Identificar precocemente a doença é fundamental para proteger a mãe e o bebê”, diz o médico. As consequências graves da pré-eclâmpsia para a mulher fazem dessa condição a principal causa de partos prematuros no país, com risco de danos neurológicos para a criança.

A enfermidade é caracterizada por pressão alta e perda de proteínas pela urina, consequência de falhas na filtragem que é feita pelos rins. Ainda não se sabe ao certo a causa da doença, apenas que se trata de uma espécie de reação exagerada do organismo da mulher ao feto. A propensão é maior entre gestantes hipertensas, com excesso de peso e cujas mães tiveram o problema.

Após iniciado o processo inflamatório, há risco de complicações como falência renal, insuficiência hepática, convulsões (eclâmpsia) e acidente vascular cerebral. Vale destacar que nem todo aumento de pressão na gravidez é sinônimo de pré-eclâmpsia.
Evolução silenciosa

Sass esclarece que a doença começa assim que o embrião chega ao útero, mas os sintomas só começam a aparecer a partir da 20ª semana de gestação. Algumas mulheres apresentam sinais de que a pressão aumentou, como dor de cabeça, tontura e visão borrada. Muitas também apresentam inchaço e ganho de peso repentino, decorrente da retenção de líquido, mas não levam os sintomas a sério por achar que fazem parte da gravidez. “É uma doença silenciosa, por isso é tão preocupante”, comenta.

Em geral, a pré-eclâmpsia é controlada com medidas paliativas, como o uso de medicamentos para baixar a pressão e evitar convulsões. Em alguns casos, também é indicada a aplicação de corticoide para melhorar o desenvolvimento do bebê. O problema, segundo o médico, é que muitas mulheres chegam ao hospital com os sintomas em estágio avançado e, nesses casos, a única alternativa é afastar da mulher o foco da inflamação, que é a placenta, imediatamente. Em outras palavras: é preciso antecipar o parto para evitar a morte da mãe e/ou do bebê.
Exames

Atualmente, o diagnóstico da pré-eclâmpsia é clínico (feito em consultório) e confirmado por exames que detectam a presença de proteínas na urina. Um dos tópicos do simpósio é a existência de marcadores no sangue que podem facilitar a detecção de alterações na placenta antes que os sintomas físicos da doença apareçam.

Como não há meios de prevenir a pré-eclâmpsia, Sass ressalta que a gestante deve ficar atenta a qualquer sintoma diferente e relatar ao profissional que a acompanha. “Na dúvida, é melhor procurar o médico logo do que esperar pela consulta seguinte do pré-natal”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os melhores chocolates do mundo

Nova lei das domésticas vale para todos os contratos, dizem especialistas